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domingo, 27 de novembro de 2011

Ser

Acredito que nascemos predestinados a ser, ser qualquer coisa que seja.
E não somos
Não somos nada.

Olhe ai com está essa vida.
É fome
É bomba pra todo lado.
É choro.
É sangue.
É greve.
É guerra.
É insatisfação.
Pelo roubo do ladrão, que é rico e tira daquele que necessita
De pouca coisa
Que é muita coisa.

É futrica,
É mídia,
É a mídia mais fodida.
Que vicia,
Que adoece,
Que empobrece,
E mata
Muito mais que o fumo
Do pobre e inocente cigarro
Que é inocente perto de qualquer ser
Fantasticamente fantástico.

Que é o que erra,
Que mente,
Engana,
E se engana,
Sendo aquilo que parece
Tão natural e tênue;
Com sua fragilidade sutil
E fútil
De querer ser
Muito mais.

E esperar e lutar para ser
Superior.

E pisar no até então inferior
E menosprezá-lo
Por este não ter
A sua superioridade.

E matá-lo
Sem dó nem piedade.

E sorrir
Deitado no seu sofá de couro
Tomando o seu vinho português
Escutando sua música clássica. ´

Ó ser inteligente.
Estupidamente inteligente.
Malvadamente inteligente.
Paft.
Foi tarde.

Dance no quinto dos infernos.

Isso que se chama de mundo.
Estamos ardendo no fogo que criamos
Sendo tão medíocres e imbecis
Superiores que somos.
Inferiores podres que somos.
Não mais somos. 

sábado, 17 de setembro de 2011

Meu pé de laranja lima

Para meu amiguinho Zezé



Zezé
Precoce Zezé
Com cinco anos sabe ler da cabeça ao pé

Zezé
Pobre Zezé
Que não tem dinheiro nem para calçar o pé

Oh, Zezé
Não perca a esperança
De ser uma criança
Que pode ganhar mais com a vida

Oh, Zezé
Você sabe
A vida nem sempre é justa
Com você ela ainda não é
Mas tenha fé

Zezé, você culpa seus pais por tudo
No fundo tudo isso é um absurdo
E você só é uma criança que acha que entende
Que gente é apenas gente

Zezé, fale com o seu pé de laranja lima
Que mando lembranças
E não se esqueça de desabafar
Sobre a sua falta de esperança

Mas você tem o portuga
Que te proporciona alegria
Que é um sol brilhante dentro do coração

Oh, Zezé, não chore porque o portuga se foi
Ele não voltará
Mas lá de cima te olhará
Com todo amor
E você vai crescer
E vai entender
Que a vida sem ternura
Não é lá grande coisa

Mando-lhe um abraço apertado,
Meu amigo Zezé.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Tempo



O tempo que não passa

O tempo que passa rápido demais

O tempo da tristeza

O tempo da felicidade

O tempo da fome

O tempo de não ter tempo para nada

O tempo de ter tempo para tudo

O tempo dos que não tinham tempo

O tempo para viver aquilo que se chama de vida

O tempo para não ser mais

O tempo para ser mais

O tempo para não ser

O tempo para não sentir

O tempo para sorrir

O tempo para diminuir o tempo

O tempo para voar no tempo

O tempo para voltar no tempo

O tempo que não tenho mais

O tempo que não sei mais



O tempo...

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Querer


Eu só quero querer

Eu só quero não querer

Não querer aquilo que quero

Aquilo que não deveria querer

Mas ainda quero

Quero muito

Eu só quero

Não sentir mais

O medo de querer

Aquilo que quero

E não quero

Eu só quero

Querer. 

sábado, 6 de agosto de 2011

Felipe Neto e PC Siqueira – vídeos de internet




Todo mundo sabe que esse mundo virtual, hoje, é muito amplo e que em poucos minutos tudo, OU QUASE TUDO, se espalha.
Estamos na era virtual. Qualquer pessoa hoje pode pegar uma câmera e começar a falar merda que pelo menos, aqui, na internet, isso roda e faz sucesso. Sucesso é claro, a base de críticas inúteis e banais.
Então surgem esses garotos que fazem vídeos criticando “coisas”. Coisas de todos os tipos: bandas coloridas, crepúsculo, políticos, jogadores da era NEYMAR. E estes são criticados. Vou pegar esses dois mais famosos hoje em dia – Felipe Neto e PC Siqueira – para tentar fazer uma crítica construtiva; não banal, ou talvez, mas dane-se.

Felipe Neto: pelo que parece ele foi um dos primeiros - não tenho certeza – a pegar uma câmera CRIAR UM PROGRAMA NO YOUTUBE CHAMADO ‘NÃO FAZ SENTIDO” e criticar modinhas, até ai, tudo bem! Modinhas são chatas e devem mesmo ser criticadas. Mas afinal de contas, eu me pergunto: pra quê criticar coisas tão banais? Mesmo não sendo tão banais assim, pois moda, de qualquer forma, deve ser sempre criticada. Mas você sente que no fundo criticar coisas banais acaba sendo banal. Felipe é inteligente – na base do que é chamado de inteligência, claro – tem humor ácido, e no fundo, você acaba dando boas gargalhadas do que ele diz. Mas e daí? E daí nada. Simplesmente isso! Começou criticando, fez sucesso, foi chamado para fazer um programa nesses canais adolescentes idiotas, como MTV e não sei mais o que, e foi só isso. Ele tinha tudo pra criar uma crítica construtiva, mas no fundo, ele só queria isso mesmo, um programa para criticar aquilo que não tem importância. Um programa para ele demonstrar o seu humor ácido, conseguir fãs – apesar de sempre criticá-los também – e só. Ele NUNCA, por exemplo, DEBOCHOU DE UM PROGRAMA DA REDE GLOBO, ou de um HUMORISTA, ou de toda aquela família GLOBAL indecente. Portanto, fez sucesso. E no mais, perdi a graça, de verdade. Não me interessa mais vê-lo criticando modinhas. Não me interessa. ("Não faz sentido" - Felipe Neto via Youtube)

E depois que ele apareceu no programa do Jô para falar de Justin Bieber e da sua infância, perdi ainda mais a graça com ele.

PC Siqueira: basicamente com o mesmo estilo do Felipe Neto. Fala de modinhas e outras "coisas" ainda mais inúteis como as "coisas" que ele odeia e enfim, apesar de eu já ter rido também de alguns fatos, também não interessa. E aconteceu com ele o mesmo que aconteceu com o Felipe Neto: ele ganhou sucesso falando o que ele chama de CRITICA, ganhou um programa também na MTV e foi no programa do Jô falar que ele usa Xampu infantil.  (“Mas poxa vida” – PC Siqueira via Youtube)

E ai eu me pergunto mais uma vez: FAZ SENTIDO ISSO TUDO, FELIPE NETO? Mas poxa vida, PC Siqueira! VOCÊS SÃO “MODINHAS” HOJE. É.
Na verdade eu também usei esse espaço para criticar coisas banais, como esses dois, e isso tudo é banal demais.
Mas é isso. “Criticas construtivas” não são nem um pouco construtivas. 

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Greve dos professores da rede estadual de ensino de MG/2011

Este ano teve aqui em Minas mais uma greve dos professores. Como tem tido há alguns anos atrás. Onde os professores lutam pelo piso salarial estabelecido por lei, lei que o governo de Minas Gerais não cumpre. Lei que o Aécio nunca cumpriu, e agora seu sucessor, Antônio Anastasia, também não vai cumprir.

A greve começou dia 8 de junho, e nesse dia todos estavam esperançosos, professores, nós, alunos, que pretendíamos voltar para as escolas na mesma semana. Não teve acordo com o governo, aliás, o governo não fez acordo nenhum. E até hoje, agosto, não teve acordo. E nem vai ter. Professores provavelmente já estão tendo os pontos cortados e provavelmente vão fugir da greve, depois de tanto tempo.

Voltamos para a sala de aula como todas as vezes, revoltados, tristes, apertados e pior, SABENDO QUE OS PROFESSORES NÃO CONSEGUIRAM SEUS RESPECTIVOS OBJETIVOS.

Será que é crime ter educação de “qualidade” neste país?

Será que é crime estudar em escola pública?

Cadê o direito dos professores, governo? Direitos de profissionais que formam outros profissionais. É uma vergonha. Lastimável demais.

Cadê o nosso direito, governo? De ter professores “qualificados” em sala de aula? Cadê o nosso direito, governo? De estar na escola...

Ano que vem vamos aguardar outra greve.

E por ai vai.

Decepcionante!

ps. Não sei muito bem como eles organizam esse calendário, mas se estivéssemos em sala de aula, teríamos direitos aos sábados e domingos – claro – o feriado de corpus cristi e duas semanas de férias. Então fui fazer as contas descontando esses dias, no total deram 38 dias úteis de greve (um mês e oito dias). Mas deixo claro que não tenho certeza dessa informação, fiz pela minha cabeça, de acordo com o que EU ACHO

Devaneios 1


E são os sonhos

E são as fantasias

E são as memórias

E são as lembranças

E são os vôos

E são os terremotos

E são as chamas

Do fogo

Que arde

E gela

No frio

De não ser

De ser

OS devaneios

Os meus devaneios

Devaneios que são

E que tiram

A dor

A ferida

Do meu coração

O meu coração

Que é maior

Muito maior do que qualquer outro maior