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domingo, 27 de novembro de 2011

Ser

Acredito que nascemos predestinados a ser, ser qualquer coisa que seja.
E não somos
Não somos nada.

Olhe ai com está essa vida.
É fome
É bomba pra todo lado.
É choro.
É sangue.
É greve.
É guerra.
É insatisfação.
Pelo roubo do ladrão, que é rico e tira daquele que necessita
De pouca coisa
Que é muita coisa.

É futrica,
É mídia,
É a mídia mais fodida.
Que vicia,
Que adoece,
Que empobrece,
E mata
Muito mais que o fumo
Do pobre e inocente cigarro
Que é inocente perto de qualquer ser
Fantasticamente fantástico.

Que é o que erra,
Que mente,
Engana,
E se engana,
Sendo aquilo que parece
Tão natural e tênue;
Com sua fragilidade sutil
E fútil
De querer ser
Muito mais.

E esperar e lutar para ser
Superior.

E pisar no até então inferior
E menosprezá-lo
Por este não ter
A sua superioridade.

E matá-lo
Sem dó nem piedade.

E sorrir
Deitado no seu sofá de couro
Tomando o seu vinho português
Escutando sua música clássica. ´

Ó ser inteligente.
Estupidamente inteligente.
Malvadamente inteligente.
Paft.
Foi tarde.

Dance no quinto dos infernos.

Isso que se chama de mundo.
Estamos ardendo no fogo que criamos
Sendo tão medíocres e imbecis
Superiores que somos.
Inferiores podres que somos.
Não mais somos.